A vida aqui é muito cara: o que custa um Real no Brasil, em Portugal custa um Euro (é uma observação meramente sinestésica e não exatamente matemática). Alguns produtos eletrônicos e carros usados são um pouco mais baratos. Já estou com saudades do Brasil.
A Europa está em crise, mas neste momento Portugal e Espanha parecem estar sentindo mais. Ontem, 14 de novembro de 2012, houve greve geral por 24 horas contra a austeridade da troika para conter a crise. Estão cortando nos salários dos trabalhadores e pensam em aumentar o número de horas de trabalho de 8 para 12 horas (enquanto os políticos portugueses aumentam os próprios salários e vivem com regalias da posição que ocupam). Os professores, não têm emprego e os que possuem alguma formação estão emigrando para outros países, principalmente Angola. Ainda há os que se voltam para a terra para produzir o próprio alimento (e são muitos). O salário aqui é de 480 Euros, mas o poder de compra dos 600 Reais, do salário mínimo brasileiro, parecem comprar mais.
Os portugueses tiveram, durante os primeiros anos da consolidação da União Européia, livre acesso ao crédito e gastaram muito comprando carros, casas, etc. Os empréstimos se acumularam e agora, que muitos perderam o emprego, não conseguem mais pagar as parcelas. Os bancos querem mesmo é o dinheiro que emprestaram, mas estão recebendo os bens dos inadimplentes, que passam por sérias dificuldades de sobrevivência. A chanceler alemã, Angela Merkel, veio esta semana a Portugal para acalmar os portugueses e lhes colocar que com austeridade no controle de gastos conseguirão pagar o que devem. Os comentários dos portugueses permitem concluir que estes se dividem essencialmente entre dois discursos. Há os que entenderam a visita da chanceler alemã, como provocação (a alemanha é acusada de ser a principal causadora da crise européia e é um dos poucos países que está bem). Outros pensam que sua vinda é importante para articular novos contatos econômicos que possibilitarão um recobramento da economia portuguesa.
Em suma, o problema eonômico ( financeiro e político), aqui é sério e tudo indica que não vai se resolver em poucos anos. Apesar de não ser uma economia discricionária, as feiras crescem em movimento de consumidores e de feirantes, respondendo como uma importante possibilidade de sobrevivência para os portugueses.
Abraço a todos os nemoniamos
Virgilio M P Bernardino
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